quarta-feira, outubro 31, 2007

Festa da Castanha na Terra-Chã

A 17ª edição da Festa da Castanha decorre hoje (31 de Outubro de 2007), a partir das 20H30, na Terra-Chã, ilha Terceira-Açores. Como já é tradição, será servido, no largo da igreja, castanhas, sardinhas e vinho de cheiro (vinho produzido a partir de uvas da casta americana Isabela), havendo ainda música popular. O evento é realizado pela Junta de Freguesia da Terra-Chã com o objectivo de promover a castanha viana como fruto típico da freguesia. Segundo o presidente da Junta de Freguesia, Armando Braga, com a festa pretende-se também alertar para a necessidade de “preservar o valioso património natural que são os castanheiros centenários e os espaços onde vivem e resistem as famosas quintas da Terra-Chã”.

“A nova praga do bichado da castanha faz questão de se alojar nos nossos pomares e, de ano para ano, tem vindo a desenvolver-se e a aumentar os prejuízos na produção e venda da nossa castanha”, referiu o autarca local, adiantando que se teme que a situação “venha a desalentar o esforço que os nossos produtores têm vindo a suportar para manter as suas quintas e a nossa preciosa castanha”. No entanto, Armando Braga referiu estar confiante no trabalho que está a ser desenvolvido pelos Serviços de Desenvolvimento Agrário e pelo Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, com vista a estudar e a conseguir soluções que atenuem os problemas que atingem a castanha viana da Terra Chã. Entretanto, no dia 09 de Novembro, pelas 20H00, no Campo de Férias da Fonte Faneca, decorre uma sessão de esclarecimento sobre os estudos técnicos desenvolvidos para o combate ao bichado da castanha, seguindo-se o tradicional convívio com os produtores e colaboradores da Festa da Castanha.


(In Diário Insular)


Presume-se que a castanha seja oriunda da Ásia Menor, Balcãs e Cáucaso, acompanhando a história da civilização ocidental desde há mais de 100 mil anos. A par com o pistácio, a castanha constituiu um importante contributo calórico ao homem pré-histórico que também a utilizou na alimentação dos animais.
Os Gregos e os Romanos colocavam castanhas em ânforas cheias de mel silvestre. Este, conservava o alimento e impregnava-o com o seu sabor. Os romanos incluíam a castanha nos seus banquetes. Durante a Idade Média, nos mosteiros e abadias, monges e freiras utilizavam frequentemente as castanhas nas suas receitas. Nos Açores essa tradição gastronómica também existe e associada a receitas conventuais, de freias instaladas nas ilhas desde praticamente o povoamento. Por esta altura, a castanha, era moída, tendo-se tornado mesmo um dos principais farináceos da Europa.
Com o Renascimento a gastronomia assume novo requinte, com novas fórmulas e confecções. Surge o marron glacé, passando de França para Espanha e daí, com as Invasões Francesas, chega a Portugal.
A castanha que comemos é, de facto, uma semente que surge no interior de um ouriço (o fruto do castanheiro). Mas, embora seja uma semente como as nozes, tem muito menos gordura e muito mais amido (um hidratos de carbono), o que lhe dá outras possibilidades de uso na alimentação. As castanhas têm mesmo cerca do dobro da percentagem de amido das batatas. São também ricas em vitaminas C e B6 e uma boa fonte potássio. Consideradas, actualmente, quase como uma “guloseima” de época, as castanhas, em tempo idos, constituíram um nutritivo complemento alimentar, substituindo o pão na ausência deste, quando os rigores e escassez do Inverno se instalavam. Cozidas, assadas ou transformadas em farinha, as castanhas sempre foram um alimento muito popular, cujo aproveitamente remonta à Pré-História.


(In Wikipédia)

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terça-feira, outubro 30, 2007

Animais Marinhos dos Açores - Perigosos e Venenosos (O Livro)

Foi lançado no dia 27 de Outubro, numa das actividades da semana “Praia Outono Vivo 2007” que decorre na Praia da Vitória, o livro de Vidal Haddad Júnior, Médico dermatologista e Professor do Departamento de Dermatologia da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista do Brasil e do Professor João Pedro Barreiros do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, intitulado: “Animais Marinhos dos Açores: Perigosos e Venenosos”.
Na apresentação do livro, a Professora Maria Adelaide Lobo, do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores enfatizou a importância da obra, do ponto de vista do conhecimento científico na área da ecotoxicologia bem como das informações úteis ao cidadão comum no que se refere a normas de protecção e actuação perante incidentes com algumas espécies marinhas do arquipélago.
O livro, editado pela BLU Edições, pretende ser um guia de campo para quem gosta do mar, ou está em contacto com ele, mesmo de forma esporádica.
A ocorrência de acidentes por animais marinhos no mundo é relatada no meio científico de forma esporádica, constituindo-se esta obra a primeira do género na Península Ibérica.
Nesta obra pretendeu-se inventariar os principais animais marinhos potencialmente perigosos dos Açores sem avaliar a incidência dos acidentes, mesmo assim, suspeita-se que à semelhança do que ocorre no Brasil, que cerca de 50% dos atendimentos hospitalares com este tipo de acidentes se devam a ouriços-do-mar, 25% a cnidários e os restantes 25% a peixes venenosos de várias espécies.
De acordo com os autores do livro, os principais animais causadores dos acidentes e as características clínicas só recentemente vêm recebendo maior atenção por parte dos médicos e dos biólogos, o que resulta numa maior possibilidade de se estabelecerem medidas terapêuticas e preventivas efectivas para o problema. Este facto ocorre nos Açores e, de resto, em Portugal continental, bem como por toda a Europa, referem. Dizem que o livro é um projecto que pretende relacionar os principais animais marinhos potencialmente perigosos do arquipélago dos Açores, sem pretender avaliar a incidência dos acidentes.

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segunda-feira, outubro 29, 2007

Bichado da castanha

A visão desencantada dos produtores de castanha da ilha Terceira, Açores, é transmitida pelo presidente da junta de Freguesia da Terra-Chã, Armando Braga, que considera que, face às queixas e opiniões que tem recebido, “tudo aponta para que, este ano, o problema do bichado da castanha seja ainda maior”. “Ainda acreditamos no resultado dos trabalhos efectuados e no que estes podem trazer de boa nova. Até agora, não tem sido muito…
Os especialistas estão a estudar, a ver as causas e o desenvolvimento... Gostávamos de ver conclusões práticas, mas reconhecemos que isso será muito difícil”, adianta Armando Braga, para quem os castanheiros da freguesia e a castanha Viana constituem um património que “vale a pena preservar”. Também o responsável pelo projecto Interfruta, David Horta Lopes, do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, embora ressalve que ainda não está concluído o processo para determinar o volume da infestação nas oito parcelas monitorizadas este ano, admite que a dimensão da praga do bichado da castanha possa ser “bastante maior” em relação ao ano passado. “Em causa estão as condições climatéricas, a pouca chuva e o muito calor”, adianta. Estão a ser recolhidas, durante esta semana, cerca de 10 mil castanhas que serão posteriormente analisadas. Os dados sobre a real propagação da praga do bichado devem ser conhecidos até meados da próxima semana.

(In Diário Insular)



A 31 DE OUTUBRO
A 17.ª edição da Festa da Castanha decorre a 31 de Outubro, na freguesia da Terra Chã.
Trata-se de um evento cultural, já tradicional, que serve para promover a castanha Viana como fruto típico da Terra Chã.
Para além deste objectivo, pretendemos também apelar aos nossos produtores para que continuem a preservar o valioso património natural que são os castanheiros centenários e os espaços onde vivem e resistem as famosas quintas da Terra Chã.
De acordo com a Junta de Freguesia na Terra Chã, “sabemos que a nova praga do bichado da castanha faz questão de se alojar nos nossos pomares e que de ano para ano tem vindo a desenvolver-se e a aumentar
“Tememos que tal situação venha a desalentar o esforço que os nossos produtores têm vindo a suportar para manter as suas quintas e a nossa preciosa castanha” – adianta a nota.
“Ainda confiamos no trabalho que está a ser desenvolvido pelos Serviços de Desenvolvimento Agrário e pelo Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, com vista a estudar e a conseguir soluções que venham atenuar os problemas que atingem presentemente a famosa castanha Viana da Terra Chã” – sublinha.
A Festa da Castanha serve ainda para incentivar a revitalização das quintas em espaços de animação turística, de lazer e de mobilidade. São exemplos a recente inauguração do Campo de Férias da Junta de Freguesia, localizado na sua quinta da Fonte Faneca e a Quinta do Galo que realiza com regularidade iniciativas que promovem a freguesia da Terra Chã.
A Festa da Castanha é também um momento cultural e de convívio entre estudantes da Universidade, moradores da freguesia e visitantes provenientes da cidade de Angra do Heroísmo e de outras localidades da ilha.
Neste ano, a Festa da Castanha decorrerá como é já tradição, no largo da Igreja, pelas 20h30 com muita animação e música popular onde serão servidas castanhas, sardinhas e vinho de cheiro.
Integrado na festa realizar-se-á, no dia 9 de Novembro, no Campo de Férias da Fonte Faneca, pelas 20h00, uma sessão de esclarecimento sobre os estudos técnicos desenvolvidos para o combate ao bichado da castanha, seguido do tradicional convívio com os produtores e colaboradores da Festa da Castanha.

(In A União)

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domingo, outubro 28, 2007

Moscas lançadas não empurram outras

Após o surto de moscas que se verifica, actualmente, na ilha Terceira, ter sido notícia na comunicação social da ilha, o responsável pelo projecto Interfruta - no âmbito do qual foram lançadas perto de 150 mil moscas em pomares dos Biscoitos e num bananal junto ao jardim público de Angra do Heroísmo - rejeitou a hipótese da largada de moscas da fruta ter “empurrado” as moscas domésticas das árvores de fruto até às casas. “É algo que não se encontra, de forma alguma, relacionado.

Mosca da Fruta (Ceratitis capitata)


Quando se começa a verificar o elevado número de moscas, já quase todas as que tinham sido largadas tinham sido capturadas por armadilhas colocadas no local há muito tempo. Além disso, já terminara o seu tempo de vida útil”, esclarece David Horta Lopes, docente do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, acrescentando que “ se isso fosse verdade, teria de existir um surto forte nos Biscoitos, uma das áreas onde foram largadas muitas moscas. Isso não se verifica”.


Mosca doméstica

“ As moscas da fruta em causa não se reproduzem e a maior parte foi capturada. O surto de moscas domésticas surgiu bastante depois. Se as duas coisas estivessem relacionadas, o surto teria de se ter registado alguns dias após a largada, o que não aconteceu”, reitera.


(In Diário Insular)

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sábado, outubro 27, 2007

O Mundo das Crianças em colóquio

Destinada a profissionais que lidam com crianças no âmbito da educação, acção social e saúde, a iniciativa visa “propiciar aos adultos um debate em torno do que as crianças pensam sobre as coisas”, sublinha Ana Cristina Palos do Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, da organização do evento. “O discurso dominante sobre a criança é feito pelos adultos e baseia-se na forma como os adultos vêem as crianças; neste caso, pretendemos perceber como as crianças vêem os adultos, através da apresentação de uma série de estudos realizados com crianças”, explica a docente. Intitulado “Jibóias, Florestas Virgens e Outros Enigmas: o Mundo das Crianças em Perspectiva”, o colóquio contará com a participação de investigadores nacionais de reconhecido mérito, nomeadamente do Instituto de Estudos da Criança, assim como de um especialista espanhol, para além de docentes do Departamento de Ciências da Educação da Universidade dos Açores, do Campus de Angra do Heroísmo. Em cima da mesa estarão questões relacionadas com discursos sobre a infância e culturas infantis, abordagens metodológicas no estudo da infância, os direitos das crianças e representações e preocupações das crianças sobre o ambiente. Infância e fluência tecnológica, culturas infantis e currículo formal e as perspectivas das crianças sobre a documentação, a família e o planeta Terra serão outros dos temas em discussão. O colóquio internacional é organizado pelos professores Ana Cristina Palos, Ana Moura Arroz e Francisco Sousa, do campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, e secretariado por um grupo de alunos da licenciatura em Educação de Infância da delegação de Angra do Heroísmo do Departamento de Ciências da Educação do estabelecimento de ensino.

(In Diário Insular)

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sexta-feira, outubro 26, 2007

Moscas no Outono Terceirense

A praga de moscas que se regista actualmente na ilha Terceira não tem qualquer relação com as moscas da fruta lançadas, no início de Setembro, pelo Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, nos Biscoitos e em Angra do Heroísmo, garante o estabelecimento de ensino. Num comunicado enviado ontem às redacções, o pólo de Angra do Heroísmo da universidade açoriana assegura que “não é responsável pelo sucedido, uma vez que nos trabalhos executados, no âmbito do projecto Interfruta II, sobre a dispersão de moscas da fruta, usou-se uma espécie que em muito difere da vulgarmente conhecida como mosca doméstica”, que se encontrará, essa sim, em grande número por toda a ilha. David Horta Lopes, responsável pelo projecto Interfruta, explicou que “a mosca da fruta é muito mais pequena e tem uma coloração diferente, de tonalidade acastanhada e asas listradas, enquanto a mosca doméstica é maior, negra e sem manchas nas asas”. Horta Lopes sublinha também que as moscas da fruta lançadas pela Universidade dos Açores no início do mês de Setembro, nos dias 4 e 5, tinham uma esperança máxima de vida de 21 dias e foram previamente esterilizadas, sendo, portanto, “impossível a sua reprodução”. Acrescenta igualmente que as cerca de 150 mil moscas foram libertadas num bananal junto ao jardim público de Angra e de pomares de macieiras nos Biscoitos, tendo sido “quase todas capturadas, até uma semana depois, através de armadilhas distribuídas para o efeito num perímetro de 200 metros”. Lembra ainda que o Departamento de Ciências Agrárias lançou, no mês de Julho de 2006, moscas da fruta nos Biscoitos, “sem que se tivesse seguido qualquer praga de moscas na ilha”. O responsável adianta, por outro lado, que “o surto a que temos vindo a assistir nos últimos tempos teve início após o final do referido estudo, devendo-se essencialmente a factores climáticos”. “A ausência de chuva e as temperaturas amenas que se têm registado neste Outono propiciam uma multiplicação desmedida da mosca doméstica”, refere, destacando ainda que “a actual infestação não é um fenómeno isolado nos sítios onde foram largadas as moscas da fruta, mas verifica-se por toda a ilha”.

(In Diário Insular)

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quinta-feira, outubro 25, 2007

Outono Vivo na Praia da Vitória

Os escritores portugueses Alice Vieira e Francisco Moita Flores e o jornalista e fotógrafo Carlos Pinto Coelho participam, a partir de 27 de Setembro, nas conferências sobre «Expressão do Pensamento», integradas na II Edição do «Praia Outono Vivo» na Praia da Vitória, Ilha Terceira, Açores.
Paulo Codorniz, vereador de Cultura da Câmara Municipal da Praia da Vitória, disse hoje à agência Lusa que, no «Praia Outono Vivo», que decorre até 04 de Novembro, participam cerca de 150 editoras portuguesas, espanholas, cabo-verdianas, angolanas e moçambicanas.
«Vão ser apresentadas novas obras e estar disponíveis cerca de 18 mil livros, das mais variadas áreas, em mais de mil metros quadrados ornamentados por cartoons de Carlos Laranjeira, colaborador da imprensa nacional», acrescentou.
Ainda segundo Paulo Codorniz, vão ser investidos «cerca de 150 mil euros na promoção de actividades culturais, que envolvem, também, todos os estabelecimentos do centro histórico da cidade da Praia da Vitória».

«Montras com Arte, que expõem obras de pintura e cerâmica, produzidas por artistas plásticos locais, e a colocação de duas dezenas de esculturas, algumas de grande porte, espalhadas pela cidade», são outras duas iniciativas que animam o programa.
Durante a feira do livro, decorre o lançamento das obras «Animais Marinhos Perigosos dos Açores», do Professor João Pedro Barreiro do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores e do Professor Vidal Haddad Jr. da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo-Brasil. Esse livro será apresentado no dia 28 de Outubro pelas 17:00 Horas, no Recinto da Feira do Livro, pela Professora do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, Maria Adelaide Lobo.
«Poemas do Mar», de João Rodrigues, e livro de fotografia sobre o vulcão dos Capelinhos (Faial), «Vulcão Aberto», da autoria de António Silveira com texto de Maria do Céu Brito e notas científicas do vulcanólogo Victor Hugo Forjaz, também serão lançados neste evento. O livro "Vulcão Aberto" será apresentado pelo Professor Félix Rodrigues do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, no dia 1 de Novembropelas 18 horas, também no recinto da Feira do Livro.
Paulo Marques, o corredor de motos que maior número de vezes participou no rali Paris-Dakar, apresenta o livro «Uma Vida de Roda no Ar».
O programa do «Praia Outono Vivo» inclui, ainda, conferências sobre «os livros da minha vida», uma abordagem pormenorizada sobre os livros que marcaram os convidados Reis Leite, investigador e antigo presidente do parlamento açoriano, Francisco Coelho, político, Cláudia Cardoso, professora e deputada, e Álamo Oliveira, poeta, escritor e dramaturgo.
«A menina do Mar», o conto de Sophia de Mello Breyner, com música de Fernando Lopes Graça, com a actriz Isabel Leitão é um dos espectáculos agendados para o evento.
O outro espectáculo, intitulado «Malaje», mostra uma fusão de flamenco com a guitarra, a dança, o malabarismo e a acrobacia.
Um concurso literário em prosa, «lojas» de ensino em sensibilização à pintura, fotografia e genealogia completam o programa.
Paralelamente, a autarquia praiense organiza a 12.ª edição do Festival Internacional do Ramo Grande, denominado de «Trovas, Cantigas & Folias», que decorre entre 30 de Outubro e 2 de Novembro.
Participam no festival os músicos João Frade e Guy Giuliano, Raphael Fays, Mike Freeman e Zona Vibe, Loyko e Shemekia Copeland.
(In Diário Digital/Lusa)

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quarta-feira, outubro 24, 2007

Jibóias, Florestas Virgens e outros enigmas

Realiza-se no auditório do Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, sito ao Pico da Urze no dia 27 de Outubro o Colóquio internacional "Jibóias, florestas virgens e outros enigmas: o mundo das crianças em perspectiva".
O colóquio internacional é organizado pelas Professoras Ana Cristina Palos e Ana Moura Arroz e pelo Professor Francisco Sousa e secretariado por um grupo de alunos da Licenciatura em Educação de Infância da Delegação do Departamento de Ciências da Educação em Angra do Heroísmo. Serão oradores neste evento figuras de reconhecido mérito, de entre as quais se destacam: Júlia Formosinho, Manuel Jacinto Sarmento, Natália Fernandes Soares, Ferran Casas Aznar, Maria Figueiredo, Nelson Gonçalves, entre outros. Este colóquio destina-se a profissionais que lidam com crianças no âmbito da educação, saúde e acção social.


Do Programa consta:
9h00 – 9h30 sessão de Abertura
9h30 – 10h00 Discursos sobre a infância e culturas infantis
(Manuel Jacinto Sarmento)
10h00 – 10h30 Investigação, participação e ética: abordagens metodológicas no estudo da infância (Natália Fernandes Soares)
11h00 – 11h30 Los derechos de los niños vistos por los propios chicos y chicas, los padres y los maestros (Ferran Casas Aznar) 11h30 – 12h00 Imagens do futuro: representações e preocupações das crianças acercado ambiente (Luzia Cordeiro Rodrigues, Ana Moura Arroz e Rosalina Gabriel )
12h00 – 12h30 Infância e fluência tecnológica (Maria Figueiredo & Nelson Gonçalves)
14h30 –15h00 As perspectivas das crianças sobre a documentação (Júlia Formosinho)
15h00 – 15h30 Culturas Infantis e currículo formal (Francisco Sousa)
15h30 –16h00 "Penso que a minha família é boa, esperta e gentil": perspectivas das crianças acerca da família (Ana Cristina Palos e Ana Isabel Santos)
16h00 –16h30 "Do sítio em que vivemos ao planeta lá no céu": perspectivas das crianças sobre a terra (Ana Moura Arroz, Paula Costa, Paula Moniz e Lara Furtado)
16h45 – 17h00 encerramento.
(In Azores Digital)

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terça-feira, outubro 23, 2007

Lançamento do livro "Térmitas dos Açores"

Foi lançado no dia 20 de Setembro de 2007, o livro "Térmitas dos Açores" coordenado pelo Professor Paulo Borges do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores e do Professor Timothy Myles da Universidade de Toronto-Canadá.
Contando com uma grande variedade de artigos dos coordenadores e muitos outros investigadores, o livro tenta responder a um vasto conjunto de questões, como por exemplo:
-Quantas espécies de térmitas existem no Arquipélago dos Açores?

Kalotermes flavicollis

-O que são térmitas e como podemos identificá-las?

-Como poderemos ter a certeza que existem térmitas nas nossas habitações e como devemos proceder para o confirmar?

-Confirmando-se a presença de térmitas, o que devemos fazer?
-Que madeiras são mais afectadas?

Cryptotermes brevis

-No caso de pequenas infestações, quais são o grau de sucesso e a margem de segurança da aplicação de insecticida nas madeiras?

-Além dos insecticidas mais comuns, que alternativas existem?


Reticulitermes grassei

-O que devemos fazer se tivermos térmitas subterrâneas?
-O que devemos fazer se tivermos móveis com térmitas?
-Se houver térmitas, como devemos controlar a sua expansão em casa?
-O que devemos fazer com as madeiras infestadas depois de as remover da habitação?
-Existem apoios financeiros para combater esta praga?
-Quais os principais avanços no controlo e na gestão das térmitas nos Açores?
-O que está ainda por fazer?
O livro, apresenta os resultados do Workshop "Medidas para a Gestão e Combate das Térmitas nos Açores" e é um instrumento essencial na divulgação desse problema, constituindo-se neste momento o instrumento de comunicação mais eficaz para lidar com a praga das térmitas nos Açores.
Existem neste momento três espécies de térmitas no Arquipélago: a Kalotermes flavicollis (térmita da madeira húmida europeia), a Cryptotermes brevis (térmita da madeira seca das Índias Ocidentais) e a Reticulitermes grassei (térmita subterrânea europeia).

(In Térmitas dos Açores e Azores Digital)

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segunda-feira, outubro 22, 2007

Não há desocupados na Universidade dos Açores

O dirigente regional do Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup) discordou do alerta de Mariano Gago de que a Universidade dos Açores tem de produzir mais e gastar menos, alegando que "não há pessoas desocupadas" na academia.
"Não há pessoas desocupadas ao nível da investigação e docência na Universidade dos Açores", garantiu à agência Lusa Álvaro Borralho, para quem as declarações proferidas pelo ministro do Ensino Superior demonstram que este "conhece mal a realidade da instituição", dividida em três pólos pelas ilhas de São Miguel, Terceira e Faial. Mariano Gago afirmou quinta-feira, em Ponta Delgada, que a Universidade dos Açores tem de se "reestruturar rapidamente" para produzir mais e gastar menos recursos canalizados anualmente para a única instituição de ensino público do arquipélago."Existe manifestamente uma clara desproporção entre a actividade da Universidade dos Açores, em matéria de ensino, investigação e produção de serviços, e os recursos que os contribuintes de todo o país entregam anualmente à instituição", afirmou o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Para o dirigente sindical "não é verdade que a academia açoriana não produza", dado que a existência de vários centros de investigação e o aumento do número de cursos leccionados nos últimos anos demonstram precisamente o contrário do que afirma o ministro da tutela."O senhor ministro esquece que esta é uma universidade jovem, pequena e insular", argumentou Álvaro Borralho, acrescentando que por isso "tem mais dificuldades em realizar as suas actividades, ao nível do ensino, investigação e prestação de serviços".Além disso, Álvaro Borralho salientou que o corpo docente da UAç está ainda em qualificação, uma vez que "dos cerca de 230 docentes menos de 20 são catedráticos". No entender daquele dirigente sindical, Mariano Gago "quis dizer qualquer coisa, mas não teve coragem de ser mais explícito" no seu discurso, alegando, porém, não ser possível reestruturar económica e financeiramente a UAç sem mexer na tripolaridade da academia, com cerca de três mil alunos.

(In Açoriano Oriental)

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domingo, outubro 21, 2007

CLIMARCOST

Decorreu no porto do Caniçal a terceira reunião do projecto CLIMARCOST - Sistema de Monitorização de Dados Meteo-Oceanográficos, desenvolvido no âmbito do programa INTERREG III B, o qual reúne parceiros da Madeira, Açores e Canárias. Nas instalações da Administração dos Portos da Região Autónoma da Madeira (APRAM) estiveram reunidos os representantes dos parceiros do projecto CLIMARCOST, iniciado em Janeiro de 2006, os quais são o Fundo de Coesão dos Açores (Chefe de Fila), a Universidade dos Açores, a APRAM, S.A., o Instituto Canário de Ciências Mariñas e a Universidade de Las Palmas de Gran Canária. Segundo Lígia Correia, da Administração da APRAM, “o grande objectivo do projecto CLIMARCOST é a recolha de dados sobre toda a área marítima que rodeia as três regiões envolvidas no projecto”. No que se refere à Madeira, salienta que a Região já disponha de duas bóias (Porto da Cruz e Caniçal) para a recolha de dados sobre a direcção e ondulação marítima, que permitia dar o apoio às infra-estruturas marítimas. Lígia Correia realça que o envolvimento da Região no projecto CLIMARCOST vai permitir “ganhar outras valências”, nomeadamente “ter bóias para cobrir toda a Região, uma para colocar no Porto Santo e outra para cobrir o Norte da Madeira (Porto Moniz), além de termos já uma estação meteo-oceanográfica no Funchal e uma outra para recolha de dados sobre os hidrocarbonetes”. “Assim, ficamos com esta questão da segurança marítima, nomeadamente ondulação e qualidade do mar, perfeitamente identificada com dados recolhidos, sendo a leitura feita com o apoio das Universidades e do Instituto Hidrográfico”, sublinha. Por outro lado, o Prof. Eduardo Brito de Azevedo, do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, acentuou que o projecto CLIMARCOST “pretende colamatar uma falha, sobretudos nas regiões da Madeira e dos Açores, no que diz respeito à caracterização do clima marinho”. Assim, adianta que todo o projecto “é dirigido para uma caracterização do clima marinho que envolve os arquipélagos, baseado na mais recente tecnologia desenvolvida pelo parceiro das Canárias, que já tem equipado inclusivamente a Madeira com bóias meteo-oceanográficas”. Deste modo, o Prof. Eduardo Brito realça que a tecnologia empregue “permite avaliar uma série de parâmetros sobre a agitação marítima e outros, informação que é depois trabalhada pelas universidades e institutos de maneira a melhorar o conhecimento científico sobre as condições do clima marinho”, acrescentando que “esse conhecimento é depois aplicado nos diferentes sectores que dependem do mar, nomeadamente segurança marítima, navegabilidade, construções portuárias, erosão costeira, navegação de recreio, etc.”. O projecto CLIMARCOST decorre até Junho de 2008, tendo um valor global de cerca de 1,5 milhões de euros, sendo que a comparticipação da RAM é de 349 mil euros, dos quais 85% são componente INTERREG e 15% da APRAM.
(In Jornal da Madeira)

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sábado, outubro 20, 2007

Aprender a vindimar

Em meados de Setembro de 2007, alunos de uma turma do 6º ano da Escola Básica Integrada dos Biscoitos, na Ilha Terceira, aprenderam a vindimar. Foi o culminar do ciclo vegetativo de algumas plantas da variedade Terrantês, duma curraleta situada numa vinha do Serviço de Desenvolvimento Agrário da ilha Terceira, nos Biscoitos.
Esta acção faz parte do projecto "As vinhas da Terceira: Uma experi~encia nos Biscoitos-Quinta à Biscoitinha". É um trabalho da Universidade dos Açores da autoria da Professora Teresa Lima, do Departamento de Ciências Agrárias, que é responsavel directa do projecto em parceria com a EBIB. Conta também com os apoios da Secretaria Regional de Agricultura e Florestas, CITA-A (Centro de Investigação Tecnológica Agrária dos Açores) e Europe Direct.
Este projecto tem como objectivos, a sensiblização das crianças para a cultura da vinha, a sua preservação, torná-la sustentável, manter e valorizar a paisagem vitícola das curraletas basálticas.
Não nos estamos a limitar à observação. Os alunos acompanham o ciclo vegetativo da vinha, aprendem as diferentes operações e executam-nas, inclusive, a laboração do vinho.
Pensa-se que esta acção poderá deixar às crianças que a estão a frequentar sementes preciosas em ordem a criar o gosto pela vinha, sua importância social, económica, ambiental, cultural e turística. Assim, está-se a contribuir no sentido da gestão e conservação da natureza da Região vitivinícola dos Biscoitos.
Os Biscoitos é uma freguesia que tem cerca de 85% das suas vinhas abandonadas e ameaçadas pela construção imobiliária. Há que trabalhar com persistência e determinação para evitar o colapso da viticultura nessa região.
Há já vários anos que a Universidade dos Açores se preocupa com o abandono proguessivo das vinhas e a escassez de mão-de-obra e também com a falta de motivação das gerações mais novas para se ligarem a esta actividade. A ideia é sensibilizar , contagiar, instruir e treinar crianças e adolescentes neste sentido.
Foi com o desenrolar do projecto ENOTURMAC da Universidade dos Açores, que tratou pela primeira vez na Região, o tema do "Vinho como produto turístico" que esta ideia foi amadurecendo. Através desse projecto realizaram-se diversas acções para sensibilizar a população açoriana para a importância da vinha, do vinho e da gastronomia num turismo sustentavel. A problemática da escassez de mão de obrafoi diversas vezes abordada.

Arrancou-se com este projecto em Março do corrente ano. A experiência começou com uma turma que estava no 5º ano de escolaridade. Eram 14 alunos (8 meninas e 6 meninos). Como o ano lectivo não coincide com o ciclo vegetativo da videira, a 11 de Setembro, no dia da colheita, ou seja da vindima, o número de alunos da turma, que actualmente se encontram no 6º ano de escolaridade, estava significativamente aumentado. No total eram 21 alunos.

Foi um experiência formidável. Os alunos chegaram à vinha pelas 10 horas da manhã acompanhados pela Drª Cecília Terra, ggrande entusiasta do projecto. As uvas de Terrantês apresentavam-se num estado de maturação bastante avançado e uma cor dourada apetitosa.
Como a maioria doa alunos tinha acompanhado aquela vinha desde a poda até à colheita, a afectividade naquele dia era muito elevada. Da parte dos novos participantes houve curiosidade, colaboração e entusiasmo.
A vinha acompanhada deu grande rendimento.
Após a apanha foram esmagadas as uvas, de acordo com as regras de higiene necessárias para a manipulação das uvas e dos materiais vinícolas. Após essa operação, as uvas foram prensadas.
O mosto foi colocado numa cuba e procedeu-se à sua prova.
Foi feita uma intodução à prova enfatizando os 4 sabores típicos. doce, ácido, salgado e amargo. Foi-lhes também ensinado a degustar o mosto.

(In A União)

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sexta-feira, outubro 19, 2007

Tubarões em Portugal

Tem sido cada vez mais frequentes os relatos da existência de tubarões em águas territoriais portuguesas. O desconhecimento do comportamento desses animais tem feito com algumas pessoas entrem em pânico, e outras, como pescadores, que os tentam agredir ou mesmo matar.
Nos últimos anos o porto de Sesimbra tem sido palco de vários achados. Em 2005 deu à costa um tubarão-azul com cerca de quatro metros e uma lula gigante com 30 quilos. Em 2006 apareceu um peixe tipo espada com 50 quilos e ainda um tubarão-frade com cerca de sete metros e 2,5 toneladas. Este último foi rebocado por quatro pescadores, a 28 milhas do Cabo Espichel e a uma profundidade de 520 braças, aproximadamente 950 metros. Esteve no porto, de onde foi içado e transportado para o aterro sanitário daquela zona.
João Pedro Barreiros, Biólogo marinho do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, em entrevista ao Correio da Manhã afirma que: O tubarão-martelo é um animal carnívoro e que em quatro das suas espécies são conhecidos ataques ao homem. Mas a possibilidade de isso acontecer é muito baixa. Mesmo nos mais perigosos (branco, touro e tigre) já avistados no Continente os ataques são raríssimos, acontecendo 30 por ano, em todo o Mundo.
– O tubarão-martelo é frequente na nossa costa?
– Não direi frequente, mas ocorre. O mais comum é o tintureira.
– É possível traçar a rota deste tubarão?
- Faltam estudos sobre a circulação de tubarões na nossa costa. Pode ser residente ou integrar uma corrente migratória.
– Já foi atacado por tubarões?
– Umas cinco vezes, mas sem gravidade. Em 1996 um mordeu-me de raspão na perna.
400 quilos pesam os tubarões-martelo mais robustos, que chegam a atingir os seis metros. Alimentam-se de peixes e lulas e vivem em cardumes em águas quentes e mornas. 32 espécie de tubarões distintos existem em Portugal. Só é possível quantificá-los a partir do número que desembarca nas lotas, sendo esta a estimativa oficial.
No Canal de São Jorge e no Canal do Faial – locais onde se avistam tubarões com regularidade – têm sido capturados, nos últimos anos, tubarões brancos.


As espécies mais comuns nas águas portuguesas são os tintureiras ou tubarão-azul, os cações e os touros. Estes últimos movimentam-se a uma profundidade de apenas 200 a 300 metros, isto é, inferior a outras espécies.
Segundo o ‘The International Shark Attack Files’, o tubarão-martelo já atacou por 30 vezes o homem, mas não são conhecidos casos mortais.

(In Correio da Manhã)

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quinta-feira, outubro 18, 2007

Térmitas nos Açores

Ainda “existe muito por fazer” no combate à praga das térmitas que tem-se manifestado através de prejuízos em habitações nas ilhas.
Este é um dos principais alertas lançados no “Térmitas dos Açores”, o livro dos investigadores Paulo Borges, do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores e Timothy Myles da Universidade de Toronto-Canadá, que é lançado no próximo dia 20 de Outubro de 2007.
O livro é lançado no próximo sábado, no anfiteatro do Complexo Pedagógico do Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, pelas 21H00, mas o jornal “a União” antecipa o conteúdo da mais recente publicação sobre a praga que tem causados prejuízos vários em habitações nos Açores.

“Térmitas dos Açores” é o nome do livro, fruto da investigação em parceria e do conhecimento dos docentes universitários Paulo Borges, do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores e de Timothy Myles do Centre for Urban and Community Studies da Universidade de Toronto, no Canadá. Lançado pela “Principia”, a publicação conta com o apoio da Direcção Regional da Ciência e Tecnologia e da Universidade dos Açores – CITA-A, Departamento de Ciências Agrárias. Entre as principais conclusões resultantes de um workshop denominando “Medidas para Gestão e Combate das Térmitas nos Açores”, está a necessidade de mais acção. “Há, de facto, muito por fazer”, apontam os autores.


Legalizar a fumigação
A lista é extensa, aponta a obra. Além da avaliação e caracterização do problema em pormenor “de forma a propor estratégias de controlo a curto, médio e longo prazo” em todas as ilhas, referem, é preciso “avaliar a eficácia das técnicas de TEMPERATURA no extermínio das térmitas, bem como da FUMIGAÇÃO com tendas, dado que a eficácia desta última se depara actualmente com muitos obstáculos logísticos e legais que impedem a sua implementação, ao passo que a primeira parece assegurar muito menores impactos ambientais”. Isto porque, no que toca ao combate, a medida internacionalmente considerada mais eficaz é a fumigação. “No entanto, as regras actualmente em vigor na União Europeia tornam praticamente inviável a sua aplicação nos Açores, dado que o intervalo de segurança estabelecido entre habitações é de 10 m. A grande proximidade entre edifícios nos centros das cidades açorianas inviabiliza a sua aplicação por agora”. Em colaboração com investigadores americanos, a Universidade dos Açores, informa que se encontra “presentemente a testar a viabilidade da alteração do perímetro de segurança de 10 m ou a eventual utilização de uma outra técnica de extermínio por TEMPERATURA”. “Há que investir em pré-testes e legislação adequada”, concluem.
Apoios insuficientes
Segundo os autores, após a análise da legislação específica criada pelo Governo Regional dos Açores, para apoiar a substituição de estruturas e acabamentos em madeira nas habitações das famílias mais carenciadas, o programa aprovado pelo Decreto Legislativo Regional n.º 20/2005/A, de 22 de Julho, que ainda não foi avaliado, não é totalmente satisfatório. “Teme-se que, a manter-se o seu actual formato, este programa dificilmente dê resposta às necessidades concretas da maioria dos agregados familiares afectados”. “Mobilizar informação acerca do modo como os sistemas habitacional, patrimonial e económico podem estar susceptíveis ao risco de infestação” e “facultar informação acerca de estratégias de controlo da propagação da praga a outras ilhas, para que a população compreenda a vulnerabilidade dos sistemas ao risco da praga, e adopte medidas de prevenção” são outras das recomendações deixadas pela obra. Estabelecer parcerias entre investigadores e instâncias políticas, dar formação às empresas que manuseiam madeiras, criar áreas específicas nos aterros o depósito e a eliminação das madeiras infestadas são exemplos de acções que necessitam de ser implementadas.
LNEC e UA na Horta
Além das térmitas de madeira seca, as térmitas subterrâneas são igualmente fonte de preocupação e de tratamento na obra a ser publicamente lançada no próprio sábado. “Felizmente existe tecnologia em Portugal para lidar com esta térmita e esperamos que em breve ela possa estar disponível para aplicação na cidade da Horta”. Em colaboração com o LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil), a Universidade dos Açores, aponta, “está em vias de desenvolver um projecto para controlar e tentar erradicar esta praga na cidade da Horta. Nesta situação, o insecticida mais adequado é o TERMIDOR, que deverá ser injectado no solo”. Ao longo de 128 páginas, o “Térmitas dos Açores” constitui “uma contribuição para o conhecimento da biologia da espécie de térmita de madeira seca Cyptotermes brevis, pretendendo, ainda, disponibilizar vários tipos de informação científica aplicada, úteis para o público em geral, as empresas e os decisores políticos”.
“Estamos cientes de que nos encontramos num estádio inicial de um processo, faltando criar muitos mecanismos para o desenvolvimento de uma relação equilibrada entre os quatro principais actores: pessoas afectadas, empresas, entidades oficiais e investigadores”, finalizam.


(In A União)

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quarta-feira, outubro 17, 2007

Saneamento da Universidade dos Açores

Saneamento económico da Universidade dos Açores, situação de desequilíbrio nas contas da Universidade dos Açores não agrada ao Ministério do Ensino Superior, que quer forçar a academia a aproximar os valores das receitas e das despesas no prazo de três anos. O reitor diz que a universidade foi insultada pela tutela... O Ministério da Ciência e do Ensino Superior vai propor à Universidade dos Açores um contrato de saneamento económico e financeiro para, no prazo máximo de três anos, atingir o equilíbrio entre receitas e despesas. “À situação de desequilíbrio da Universidade dos Açores não tem correspondido uma acção sustentada com vista a adequar os custos às receitas”, justifica a tutela, em resposta a um requerimento apresentado à Assembleia da República pelos deputados do PSD Mota Amaral e Joaquim Ponte. Para resolver o desequilíbrio orçamental, já admitido pelo reitor, o Gabinete de Planeamento, Avaliação e Relações Internacionais e o controlador financeiro do ministério vão proceder a “uma análise exaustiva das causas”, para depois “propor à universidade um contrato de saneamento económico e financeiro que lhe permita, no prazo de três anos, atingir o equilíbrio”. O documento garante que o Governo “tem por certa a importância” da universidade no desenvolvimento socio-económico dos Açores e na formação de recursos humanos, mas avisa que a instituição tem beneficiado da transferências de verbas, ao abrigo do chamado “factor coesão”. Segundo o ministério a Universidade dos Açores beneficiou, em 2006, de um acréscimo de 2,6 milhões de euros na dotação do Orçamento de Estado (mais 20,1 por cento do que a dotação inicial) e mais 3,7 milhões neste ano. “Para 2008 prevê-se um acréscimo de 43 por cento da sua dotação inicial”, refere a tutela. O ministério é claro na ideia de que as necessidades de financiamento da UAç resultam do excesso de pessoal, que “excede em muito os valores-padrão nacionais”. Além disso a universidade recebe do Orçamento de Estado 4.800 euros por aluno, “muito acima da média nacional para o conjunto das universidades portuguesas, de 4.154 euros”. O reitor da UAç vê a resposta da tutela ao PSD como “um insulto à universidade e aos Açores”, alegando que Lisboa não entende a importância da instituição. Avelino Meneses negou que a UAç não tenha feito um esforço para reduzir pessoal, adiantando que em 2003 tinha 262 docentes a tempo inteiro e hoje tem apenas 237. “A UAç é a mais peculiar das universidades portugueses”, disse o responsável, frisando que o ministério “vê a questão pelo excesso de pessoal”, mas a instituição olha o problema pela “falta de alunos”. Com mais mil estudantes a UAç atingiria, segundo Avelino Meneses, o equilíbrio financeiro.

(In Primeiro de Janeiro)

Nota do Blog: O Reitor da AUç tem toda a razão. O Senhor Ministro que explique por exemplo porque razão a Faculdade de Ciências de Lisboa, de onde ele saíu, com 3775 alunos de licenciatura e 445 docentes dão mais lucro do que a Universidade dos Açores com 3000 alunos e 262 docentes. É porque faz parte da Universidade de Lisboa onde umas faculdades compensam as outras? Se sim, isso tem alguma lógica?
Porque razão o investimento em qualquer Politécnico ou Faculdade do País foi superior ao feito pelo o Estado na Universidade dos Açores, onde ainda há gabinetes de docentes, e não são poucos, onde chove dentro e os ratos roem os fios da Internet. Mesmo assim não impede que se faça trabalho científico e pedagógico de qualidade.
Porque razão foram precisos 20 anos para se começar a construir um edifício condigno na Universidade dos Açores enquanto qualquer outra Universidade Portuguesa o conseguíu logo aquando da sua instalação, como a de Aveiro, UTAD, Évora, Algarve, e muitos outros Politécnicos espalhados pelo País?
Não seria de exigir que quem teve grandes investimentos que tivesse que explicar porque razão não tem as proprinas mais baixas e lucros maiores do que quem não recebeu praticamente nada, por se considerar que serve menos população do que os outros? De facto só pode ser uma afronta, porque ninguém consegue ser super-homem com tamanha descriminação...

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terça-feira, outubro 16, 2007

Planeamento inútil

Félix Rodrigues, membro da Assembleia Municipal de Angra do Heroísmo e docente do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores vem denunciar a inutilidade do planeamento territorial feito nos Açores pura e simplesmente porque não é cumprido pelos diversos níveis de poder. A mesma denúncia foi feita pelo arquitecto Kol de Carvalho durante os trabalhos iniciais do Congresso Ibérico de Urbanistas que está a decorrer em Ponta Delgada por estes dias. A denúncia é grave. Tanto mais quando se têm gasto milhões de euros em todo o tipo de planos territoriais. O Plano Regional de Ordenamento do Território, os Planos Directores Municipais, os Planos de Ordenamento da Orla Costeira, os Planos Especiais de Bacia, os Planos de Urbanização, o Plano de Turismo, o Plano de Resíduos Sólidos e os Planos de Pormenor. Afinal de contas parece que têm servido para pouco. Coordenei (Prof. Tomaz Dentinho do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores) o primeiro Plano Director Municipal feito no arquipélago e, meio escondido para que as entidades públicas o aceitassem, participei no Plano de Ordenamento da Bacia das Sete Cidades. À posteriori noto que fizemos alguns erros no Plano Director do Corvo, como o limitar fortemente o acesso ao Caldeirão ou condicionar o crescimento urbano da Vila do Corvo. No entanto, aquele plano coincidiu com o início do crescimento da população do Corvo, com o começo dos voos regulares, com a explicitação da importância da pesca, do queijo e do turismo, e com a necessidade de repovoamento florestal. Ainda não deu tempo para avaliar os erros cometidos no Plano das Sete Cidades mas estou convencido que essa avaliação vai ser mais difícil pois o Governo não parece estar muito interessado em implementar o Plano aprovado pela Assembleia Regional, faltando a parte mais crítica de criação e manutenção de sebes, expectavelmente pelos serviços florestais, e a transferência de algumas dezenas de hectares de pasto para mato ou floresta. Já analisei outros Planos. Por exemplo o Plano Director de Angra do Heroísmo é inócuo e traduz-se de facto num não-plano pois as regras de mercado e a disponibilidade de infra-estruturas acabam por definir o uso do solo que não tem grandes restrições. De facto o planeamento tem de ser feito não apenas com restrições ao uso do solo mas também com mecanismos e entendimentos de natureza económica e infraestrutural. Fazer um plano sem perceber qual o aumento de procura turística, a variação do preço do leite ou a modificação das taxas de juro resulta em enormes disparates. Fazer um plano sem integrar o desenho das infra estruturas de energia, de telecomunicações, de abastecimento de água, de tratamento de águas, de recolha de lixo, de rede de escolas e de postos de saúde reflecte-se em enormes redundâncias e inconsistências. Na verdade a maioria dos planos feitos nos Açores trataram apenas de transferir para os mapas as principais condicionantes regulamentares e permitiram que as actividades pré-existentes se mantivessem no espaço sobrante. Esqueceram contudo que a imposição de restrições pode condicionar fortemente as outras actividades, sobretudo o seu desenvolvimento. É o caso da imposição do encabeçamento de 1.4 Cabeças Normais por ha do Plano da Água cujo cumprimento implicaria a redução do produto açoriano em cerca de 10% e a redução da população de um montante semelhante. Isto para além de estimular os lavradores a dividirem as lavouras entre cônjuges ficando um deles com um enorme encabeçamento sem direito a apoios e o outro com um encabeçamento correcto com acesso a todos os apoios das boas práticas agrícolas. Isto para além de se promover o arroteamento de terrenos incultos, mais propícios à geração de água de qualidade, mas que o próprio Plano da Água estimulou a que fossem arroteados para que os lavradores cumprissem o encabeçamento aumentando a área para o mato e mantendo o número de cabeças. Os Planos que transcrevem regras únicas para as áreas reduzidas e diversas das Ilhas estão cheios destes erros.

(In A União)

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segunda-feira, outubro 15, 2007

A valorização do leite açoriano

A Mestre Anabela Gomes, docente do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores em entrevista ao Diário Insular defende uma valorização do leite açoriano.

Diário Insular (DI)- O Presidente da República veio aos Açores dizer que o leite tem futuro (além de dizer que a Autonomia já tem poderes que cheguem, mas isso não vem agora para o caso…). Referia-se, certamente, ao valor económico do produto. Concorda?
Anabela Gomes (AG)- Concordo, porque a alimentação e a mão de obra são os parâmetros mais importantes da despesa de uma exploração leiteira. Nos Açores a mão de obra é maioritariamente familiar e as nossas condições de solo e clima são favoráveis ao pastoreio, que é uma forma barata de alimentar o gado. Para ser mais rentável a lavoura deve pedir ajuda para reduzir os custos de produção. A indústria tem que investir para aumentar o valor dos lacticínios em vez de ganhar dinheiro só à custa do aperto no preço de compra do leite. A lavoura açoriana continua a queixar-se de pouca valorização do seu leite, apesar dos aumentos recentes pressionados pelo mercado, onde o leite já começa a valer ouro, sobretudo devido à conjugação da explosão do consumo em mercados emergentes e na baixa produção em países tradicionais de grande produção (Austrália, Nova Zelândia, Brasil, entre outros).
DI- A lavoura tem razão?
AG- Pois tem, mas parte da valorização depende da qualidade do leite entregue na fábrica e isso é também da responsabilidade dos lavradores. A outra parte compete à indústria, que não tem sabido ou querido fazer um bom marketing, para valorizar as especificidades do leite quanto à origem e aos componentes.
DI- O leite açoriano e os lacticínios estão, em boa parte, em mãos externas, com particular destaque para a ilha Terceira, onde se vive uma situação de monopólio. O que motiva tais entidades a “abafarem” o sector nos Açores?
AG- Estamos a ser usados para satisfazer as necessidades das empresas do continente sem ter em atenção os interesses dos nossos lavradores e da Região. Mas como o dinheiro para construir e “modernizar” essas fábricas vem do nosso orçamento, é justo que se imponham as condições necessárias para acautelar a nossa economia e valorizar os lacticínios. Não se pense que é só a lavoura que perde dinheiro. O leite açoriano é pouco transformado em produtos de alto valor acrescentado, alguns deles vendidos hoje a altos preços e como produtos da linha de saúde. Sabe-se que o nosso leite é rico em componente úteis a tais segmentos.
DI- O que se passa?
AG- A investigação feita no Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores prova cientificamente esse facto. A modernização dos lacticínios não é só betão e aço inox, mas é principalmente tecnologia alimentar...
(In Diário Insular)

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domingo, outubro 14, 2007

Ordenamento do território insular

São várias as vozes que, nos últimos tempos, denunciam atropelos aos Planos Directores Municipais e de Ordenamento da Orla Costeira. No fundo, todos demonstram a sua indignação por continuarem a construir em zonas que, segundo alguns técnicos, oferecem diversos perigos ou ameaçam a beleza natural. Existe uma vasta teia de regras, leis, normas e planos, mas parece subsistirem formas legais de contornar os regulamentos. Félix Rodrigues, do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores já demonstrou publicamente a sua revolta por estes atropelos ao POOC (Plano de Ordenamento da Orla Costeira) e às regras estipuladas no PDM (Plano Director Municipal), exigindo mesmo que Câmara de Angra tome uma postura exigente perante o estipulado nos documentos.Félix Rodrigues garante que não defende a perseguição aos cidadãos, mas sim uma definição de regras claras e objectivas que assegurem o casamento perfeito entre as regras da natureza e a vontade das pessoas. “Ninguém faz um esforço para cumprir o que está regulamentado no PDM e POOC” – acusa. Segundo o investigador da Universidade dos Açores, “basta olhar e ver o que não está a ser respeitado”. “Existem casas quase em cima do mar”. Reconhece no entanto que existem várias omissões no PDM e no POOC, muitas delas, ficam a dever-se ao facto das equipas que elaboram os documentos não terem conhecimentos suficientes sobre a realidade local. O caso mais ridículo, explica, é o da ilha de S. Jorge onde aplicaram regras, comuns em outras ilhas, que não se enquadram com realidade da ilha. No caso do concelho de Angra do Heroísmo, Félix Rodrigues assegura que “não se percebe porque foram gastos 600 mil contos na elaboração de um Plano de Ordenamento da Orla Costeira, quando se “vislumbra descaradamente um contínuo desrespeito pela legislação”. Dando alguns exemplos concretos, o investigador apontou as orlas costeiras das freguesias de São Bartolomeu, São Mateus e Porto Judeu. Refira-se que o POOC visa “identificar os recursos e os valores do património natural e cultural que necessitam de protecção, definir orientações e critérios para a sua conservação, uso e valorização e promover uma ocupação e utilização adequadas do solo pelo Homem”. O POOC da Ilha Terceira é um plano especial de ordenamento do território, prevalecendo sobre os planos municipais e intermunicipais de ordenamento do território, refere o Art. 2º e Art. 1º, n.º 2 do regulamento em causa. A filosofia destes planos defende que cada ilha tem realidades únicas, embora comuns a todos os concelhos, que as identificam não só do ponto de vista geográfico mas também social, económico e institucional, “que justificam a necessidade de uma coordenação integrada”, o que, segundo as denúncias, parece não existir. As associações ambientalistas (nomeadamente a Quercus) também fazem eco dos atropelos aos planos definidos e acusam o governo de não fiscalizar devidamente o cumprimento das regras.
Esta semana, a presidente da delegação regional da Ordem dos Arquitectos acusou também as entidades públicas de se demitirem das suas responsabilidades ao nível do planeamento do território, deixando que os privados assumam esse controlo. Kol de Carvalho disse à agência Lusa que é impossível planear e ordenar o território quando, por exemplo, os Planos Directores Municipais, que caracterizam de forma genérica o território de um concelho, demoram cerca de dez anos a serem aprovados.
A Câmara Municipal de Angra já fez saber que, nos últimos 10 anos, têm sido cumpridos todas normas estipuladas na lei. A autarquia recusa acusações de desleixo, incumprimento e desafia o a apresentarem casos concretos. O município assegura que as obras, que não estão embargadas, estão na lei e aprovadas pela Direcção Regional do Recursos Hídricos.

(In A União)

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Economia Agrária: que interesse prático?

Em entrevista ao Diário Insular, a Professora do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, Emiliana Silva, fala sobre o 6º Congresso da Associação Portuguesa de Economia Agrária a realizar no Arquipélago Açoriano, em Ponta Delgada-São Miguel.
Diário Insular (DI)-Em vez de S. Miguel, não seria preferível realizar o 6º Congresso de Economia Agrária numa ilha da ruralidade e da insularidade profundas?
Emiliana Silva (ES)- Um critério a adoptar para a opção por uma ilha seria a existência da Universidade dos Açores, por questões de facilidade logística, dado que os organizadores pertencem a esta instituição. Em resultado, a opção ficaria condicionada à existência das três cidades onde está presente a Universidade dos Açores: Angra do Heroísmo, Ponta Delgada e Horta. Na realidade, muitos eventos relacionados com o tema da economia têm sido realizados na ilha Terceira pelo Doutor Tomaz Dentinho. Pensamos que poderíamos e deveríamos alargar o conhecimento da realidade da economia açoriana a outras ilhas, além de que temos um apoio do colega na área da economia agrária, o Doutor Fernando Lopes, em S. Miguel. É de notar que embora exista uma diversidade da realidade das ilhas, em todas elas identificamos uma ruralidade e insularidade, inclusive em S. Miguel, onde são mais notórias as disparidades do rural e urbano. Acaba por ser significativo a nível educativo e económico, em qualquer ilha, porque contamos com a participação de todos, quer técnicos quer agricultores ou público em geral.
DI - O que pode este congresso trazer de novo aos Açores?
ES- Os congressos trazem sempre novidades. Contamos com os investigadores de economia agrária da Universidade dos Açores e suas equipas de trabalho, com os técnicos das secretarias da Agricultura (DRDA; DRACA), do Ambiente, da Economia, dos Serviços de Desenvolvimento Agrário, para que haja contribuições, aumentar o conhecimento da economia dos Açores. Mas também esperamos pelas contribuições de outros investigadores de outras realidades, com outras experiências, de modo a beneficiar a economia agrária na generalidade, em particular a economia dos Açores.
DI-A economia agrária é, entre nós, um tema para académicos e outros estudiosos do fenómeno ou tem sido possível vulgarizar esse saber?
ES-A economia agrária é para todos, é produzida principalmente na universidade, mas os seus resultados são apresentados a todos. Estou convencida que tem sido útil quer aos políticos, quer aos agricultores. Na verdade, muito do conhecimento que temos vindo a produzir na Universidade dos Açores está voltado para o quotidiano das explorações agrícolas e para melhorar a sua competitividade.
DI-É verdade que o sector primário caminha por becos de saída muito duvidosos?
ES-Eu sou uma optimista, acredito nos Açores, no seu desenvolvimento, e também acredito no sector primário. O sector leiteiro açoriano parece-me um caminho, temos é que identificar o que torna este sector diferente e tentar “vendê-lo” por esta razão. Quer a produção do leite quer a produção de queijo têm sido reconhecidas a nível nacional ou internacional, só temos que colocá-los no sítio certo. Posso garantir-lhe que em sítio nenhum do mundo existe uma manteiga tão boa como a nossa. Temos produtos de grande qualidade, temos que acreditar mais no que fazemos e acreditar que os nossos produtos são tão bons ou melhores que os seus concorrentes.
(In Diário Insular)

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sábado, outubro 13, 2007

Observatório do Ambiente dos Açores

Atrasos na obra e na captação de fundos, adiam a abertura do Observatório do Ambiente dos Açores para 2008.
Os atrasos na abertura do Observatório do Ambiente somam duas causas: alterações à recuperação das instalações da antiga Casa do Peixe de Angra do Heroísmo e angariação de verbas para o equipamento do espaço.
Apesar de ainda não estar na nova casa, o Observatório desenvolve normalmente os seus projectos no campus universitário de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, ficando penalizado pela falta de expressão pública.

A abertura do novo Observatório do Ambiente já esteve marcada para o passado mês de Junho. A colocação da primeira pedra aconteceu a 23 de Março de 2006 e desde então as obras de recuperação e requalificação das instalações da antiga Casa do Peixe já estão concluídas. Para já, segundo informou o docente do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores responsável pela Associação para o Estudo do Ambiente Insular, Eduardo Brito de Azevedo, decorre o período de apreciação das propostas entregues para a aquisição de equipamento. Trata-se de um processo que, garantiu, deverá estar concluído até ao final do ano. Quanto à abertura das portas no novo espaço de investigação científico, Eduardo Brito Azevedo aponta o primeiro trimestre como o prazo definitivo para o funcionamento a cem por cento do Observatório.
Na base dos atrasos, explicou, estiveram relacionados com “problemas estruturais” no curso da obra. Em concreto, explicou, esteve a tentativa de recuperação do antigo telhado da Casa do Peixe que acabou revelar-se infrutífera: “não foi possível recuperar o anterior telhado”. O docente universitário mostra-se satisfeito com a globalidade da intervenção: “a obra está bem feita”. Quanto ao agravamento dos custos desta obra, orçadas em 1,3 milhões de euros, Brito Azevedo conta que ele “não é significativo”. Noutra frente, explica, os atrasos do equipamento são igualmente justificados com a procura e o encaixe deste investimento em fundos de financiamento. Eduardo Brito de Azevedo explica que a instituição “não possui verbas próprias”, o que obriga à procura de verbas que possam suportar as necessidades da mesma: “vamos navegando ao sabor das possibilidades económicas”. Apesar de referir que nenhum projecto está a ser prejudicado com a não transferência dos recursos humanos e técnicos para o novo espaço, o responsável afirma que o Observatório ressente-se com a falta de “interligação e visibilidade do Observatório junto das populações”.
Para já, informou Eduardo Brito de Azevedo, o Observatório do Ambiente tem em curso dois principais projectos: o CLIMAAT e CLIMARCOST , ambos integrados no Interreg IIIB que estuda o Clima e Meteorología dos Arquipélagos Atlânticos e o Clima Marítimo e Costeiro. De igual forma, informou, decorrem projectos na área do ordenamento do território. O novo observatório insere-se na Rede de Observatórios dos Açores, que incluiu, ainda, o Observatório Astronómico de Santana e o Observatório Vulcanológico e Geotérmico da Lagoa e o Observatório do Mar, na ilha do Faial. Esta rede de Observatórios Científicos tem como principais objectivos apoiar o ensino experimental das ciências, contribuir para a divulgação da cultura científica, promover a investigação científica de elevado interesse regional e contribuir para o desenvolvimento da Sociedade do Conhecimento. O manifesto do Observatório do Ambiente refere que “ao contrário do que possa parecer o Observatório do Ambiente não pretende ser mais uma entidade dedicada à investigação científica. Para essa tarefa conta a Região dos Açores com a sua Universidade e com outras entidades especialmente vocacionadas para essa função. Ao Observatório competirá, isso sim, identificar e apoiar projectos considerados de interesse estratégico para a região, promover o intercâmbio de ideias e divulgar”.

(In A União)

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sexta-feira, outubro 12, 2007

Curso de Educação no Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores

Depois da contra-informação e da falta de esclarecimentos sobre a abertura do novo curso de Educação Básica no pólo universitário de Angra do Heroísmo, a licenciatura já arrancou na ilha Terceira. Para os responsáveis, este será um ano de avaliação entre a procura e a oferta formativa existente na ilha com vista à continuidade ou não de futuras edições do curso.
A contra-informação e falta de informação marcaram o arranque do ano escolar no que diz respeito à abertura do novo curso de Educação Básica no pólo universitário de Angra do Heroísmo. Depois de ter sido veiculado que o departamento de Ciências da Educação apenas abriria vinte vagas para este curso sem especificar para que pólos, o Reitor da Universidade dos Açores (AU) teve de emitir um comunicado a referir a possibilidade deste também ser extensível a Angra do Heroísmo. A condição, na altura exigida por Avelino Meneses, era a existência de interessados: “a reitoria da Universidade dos Açores manifesta a sua disposição de ministrar o curso de licenciatura de Ensino Básico em Angra do Heroísmo, caso o mesmo reúna o número mínimo de inscrições e matrículas de estudantes interessados em frequenta-lo naquele pólo universitário”, referiu a instituição universitária no dia 14 de Julho. Desde então, e passado o período de interregno do Verão, as dúvidas foram muitas, quer para professores e sobretudo para os interessados.
O jornal “a União” tentou apurar o número exacto de alunos que de momento frequentam o novo curso de Educação Básica – que na sequência da definição do novo regime jurídico da formação profissional, incluíram a docência de educadores de infância e professores do 1º e 2º ciclos do ensino básico –, valor que só será definitivamente apurado no final do período de matrículas em Dezembro. Porém, o número mínimo exigido, de dez alunos, foi cumprido e as aulas já arrancaram no dia 24 de Setembro, quer em Ponta Delgada, quer em Angra do Heroísmo. Segundo fontes contactas pela "A União" o processo de candidaturas ao curso em Angra do Heroísmo foi afectado pela falta de informação existente.
Rejeitando que este se trata de um ano decisivo para a manutenção do curso no futuro em Angra, em explicações à “a União”, a directora do departamento de Ciências da Educação, Susana Caldeira, afirmou que “tem de haver equilíbrio entre a procura e a oferta. Vamos ver como decorre este ano”. Susana Caldeira deixou desde logo claro que “a oferta formativa justifica-se sempre. A Educação manter-se-á sempre Angra. A oferta formativa não terminará”. Contudo, acrescentou: “poderá haver um reajustamento dessa oferta”. “Este ano é um ano de grande transformações para a UA e para todas as universidades”, em que “a oferta formativa tem de ser pensada globalmente”, referindo-se não só à reestruturação trazida pelo processo de Bolonha. Mais, disse: “se houver sinais de baixa procura, há que repensar a oferta”. Susana Caldeira recusa a existência de atrasos ou processos mal conduzidos neste caso e que “atempadamente toda a comunidade que se candidatou foi informada”.
Uma vez que os número de alunos revela-se crucial, “a União” apurou junto da directora do curso de Educação Básica de Angra, Ana Isabel Santos, que na primeira semana de aulas entre 12 a 14 alunos marcaram presença “mas ainda não temos números definitivo”, acrescendo conquanto que “há mais alunos interessados”. “Este pode ser um bom ano para reflectir a continuidade do curso e do tipo de formação”. A responsável é conclusiva: “é uma questão de estratégia da própria UA e da Reitoria”. Questionada, Ana Isabel Santos não esconde que “este processo não foi esclarecedor”. “Este tem sido um processo um pouco conturbado. Não foi claro desde o início. Mas em todos os processos de mudança isto acontece”. Um “ano atípico”, refere, marcado não só pela criação de uma nova licenciatura e a reestruturação dos cursos até agora existentes, pela falta de aprovação por parte do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do 4.º ano do mestrado de Educação, entre outras reestruturações. A directora não deixa esquecer a importância das inscrições e da carta que grupo de alunos maiores de 23 anos fez chegar à reitoria: “se este movimento de mão não tivesse acontecido, provavelmente não teríamos o 1.º curso da licenciatura aqui”.
(In A União)

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quinta-feira, outubro 11, 2007

Biogeografia Insular

Os professores Paulo Borges e Rosalina Gabriel, do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores participaram no simpósio de Harvard, Estados Unidos da América, onde se comemoravam os 40 anos da publicação da teoria "Island Biogeography", sendo o maior evento relacionado com a Biogeografia Insular, no momento.
No evento que decorreu entre 5 e 6 de Outubro abordaram-se temas como a "Micro-evolução da forma em ilhas", "Ilhas como local de acolhimento de espécies", "Selecção natural e especiação em ilhas", "Especiação e dinâmica de colonização de arquipélagos" e muitos outros aspectos específicos da biologia insular e da biogeografia.

A Teoria da "biogeografia insular" afirma que o número de espécies que se encontram em equilíbrio biológico numa ilha é determinado por dois factores: pelo efeito da distância ao continente e pela dimensão da ilha, que condicionam a taxa de extinção e o nível de imigração de espécies. Assim sendo, as ilhas próximas do continente Africano, como por exemplo as Canárias, têm possibilidade de receber maior número de espécies imigrantes do que os Açores, localizados no Centro do Atlântico Norte. Nas ilhas pequenas, a taxa de extinção é mais elevada do que nas ilhas maiores. A teoria da Biogeografia insular" foi testada, em campo, na Florida.
Neste evento, que contou com a presença de Edward O. Wilson, um dos autores da teoria e professor da Universidade de Harvard, participaram cerca de 250 cientistas de todo o mundo, com interesses tanto na área da biogeografia insular como na área do estudo da evolução de espécies.

(In Azores Digital e Jornal Diário)

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6º Congresso da Associação Portuguesa de Economia Agrária será nos Açores

A Professora Emiliana Silva, do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores foi eleita, durante o 5º Congresso da Associação Portuguesa de Economia Agrária que se realizou em Vila Real, para a Comissão Consultiva dessa Associação.
Na sequência dessa eleição, evidenciou esforços para que o 6º Congresso da Associação Portuguesa de Economia Agrária, se realizasse pela primeira vez no Arquipélago Açoriano. Assim, o 6º Congresso da APDEA realizar-se-á na cidade de Ponta Delgada, em São Miguel.

Essa Associação é uma Sociedade Científica que tem como prinicpais objectivos contribuir para o esclarecimento dos problemas económicos e sociais do sector agrícola português e fomentar o progresso do conhecimento no domínio da Economia Agrária.

(In Diário Insular)

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quarta-feira, outubro 10, 2007

Qualidade da Carne Açoriana

O professor Henrique Rosa, do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, apresentou no III Congresso da Carne Regional dos Açores, que decorreu na ilha de Santa Maria, uma comunicação com o título "Parâmetros produtivos e qualidade da carne e da carcaça de novilhos Holstein criados nas pastagens açorianas" em co-autoria com os professores e investigadores Oldemiro Rego, Célia Silva, L. Evangelho, E. Simões e R. Bessa.
A investigação prévia realizada no DCA da Universidade dos Açores, em colaboração com a Estação Zootécnica Nacional, demonstrou que a carne de bovino produzida nos Açores, em condições de pastoreio exclusivo, possui gordura com qualidade dietético/nutricional superior à produzida em sistemas mais intensivos. Contudo, as carcaças dos novilhos Holstein obtidas naquelas condições revelaram-se muito magras e mal conformadas o que é incompatível com o actual sistema de certificação "carne dos Açores IGP". Uma vez que uma parte muito substancial da carne produzida nos Açores provém daqueles animais, fruto da orientação para a produção leiteira da região (85% das vacas existentes são leiteiras), justificou-se investigação adicional nesta área. O objectivo principal do estudo que foi apresentado foi determinar até que ponto seria possível melhorar as características da carcaça sem deteriorar substancialmente a qualidade dietética da carne. Adicionalmente fez-se um estudo dos desempenhos produtivos e da qualidade sensorial (determinação indirecta da tenrura através do teor em colagénio). Em 3 músculos estudados, o teor de colagénio aumentou quando se adicionaram 8 kg/dia de milho na dieta. Colectivamente estes dados sugerem que um período de acabamento de novilhos Holstein em pastagem suplementada com 4kg de farinha de milho/animal/dia não deteriora a qualidade dietética da gordura e melhora alguns parâmetros produtivos e o teor de gordura da carcaça. Contudo, nem a conformação da carcaça nem a tenrura da carne são beneficiados. A suplementação com 8kg milho/animal/dia permite melhorar estes parâmetros mas com deterioração da qualidade dietética da gordura. Do ponto de vista económico e no contexto actual do mercado, esta última opção é totalmente desaconselhável.
(In Azores Digital, A União)

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terça-feira, outubro 09, 2007

Progresso e factura

Está na ordem do dia a discussão à volta da instalação das antenas para a cobertura da rede dos telemóveis junto a residências suscitada pelas propostas dos docentes do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, Emiliana Silva e Félix Rodrigues, que propõem que as mesmas sejam implantadas a uma distância mínima de 200 metros das zonas residenciais. As operadoras afirmam a pés juntos que não há estudos científicos que apontem no sentido dos malefícios para a saúde humana a proximidade de tais antenas e "ameaçam" que, se forem obrigadas a cumprir com a colocação das mesmas a essa distância, a cobertura da rede vai ser muito prejudicada. Obviamente que cremos na ciência, acreditando, sobretudo, que todos os dias surgem novas descobertas e que aquilo que ontem era uma verdade irrefutavel, é hoje negada à luz de novas descobertas proporcionadas por aprefeiçoamentos técnicos de equipamentos, de análises, etc. Exemplo recente disso mesmo são os transgénicos. Um campo de milho deve ter - cumprindo a legislação portuguesa - um afastamento de 200 m de "terra de ninguém" relativamente a um campo de milho tradicional. Há dados que demonstram que as comunicações genéticas entre plantas se fazem a distâncias bem maiores; outro exemplo foi a notícia acerca do Prestige que, na Galiza, derramou, há tempos, crude.
Quem participou nas operações de limpeza - veio agora a detectar-se - está à mercê de doenças não previstas então.
Regressando aos telemóveis, obviamente que a maioria de nós já não sabe viver sem o pequeno aparelho; todos queremos boa rede para poder comunicar; se calhar, à luz actual da ciência, não será assim tão certo que as ondas emitidas pelas antenas façam mal; mas quem garante que amanhã a verdade se venha a revelar outra?
Tem de ser possível compatibilizar todos os interesses - o do consumidor e o do fornecedor de serviço - para que todos saiam a ganhar.
(In Diário Insular)

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segunda-feira, outubro 08, 2007

Recursos, ordenamento e impactos

Foram apresentadas várias comunicações científicas da autoria de docentes e investigadores do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores no 5º Congresso da Associação Portuguesa de Economia Agrária, este ano com o tema "Globalização, Agricultura e Áreas que decorreu entre 4 e 6 de Outubro em Vila Real. Um dos trabalhos discutidos, da autoria do Engº Paulo Silveira e do Professor Tomaz Dentinho, abordou o tema dos recursos, ordenamento, desenvolvimento e alterações climáticas, com o título "Modelo de interacção espacial para estimar o impacto das alterações climáticas no uso do solo. Aplicação à Ilha Terceira". Para estudar esta problemática, têm vindo a ser desenvolvidos dois tipos de abordagens: uma, na óptica da produção, que analisa a variação dos potenciais ecológicos do território para a produção agrícola estimando a alteração do zonamento agroecológico com base na composição do solo e nas características climáticas, utilizando modelos de crescimento das culturas dominantes e os efeitos das alterações globais nas produções agrícolas, e outra, que integra elementos de natureza económica permitindo estimar não só o impacto directo do aquecimento global nas potencialidades de produção da agricultura mas também o efeito indirecto da alteração dos preços ou da procura sobre os recursos de cada território.Outra das comunicações apresentadas, da autoria da Mestre Isabel Rodrigues e do Professor Tomaz Dentinho, traduziu-se num "contributo para a gestão das relações entre a cultura da cerejeira e a conservação de Asphodelus bento-rainhae P. Silva, espécie endémica da Serra da Gardunha. A última comunicação, apresentada, da autoria da Mestre Luísa Calado e do Professor Tomaz Dentinho referia-se à aplicação de um Modelo de Programação Linear às Lagoas dos Açores, visando a avaliação do impacto da actividade agro-pecuário na qualidade da água e efeito no emprego local. Os autores concluiram, quanto à quota leiteira, que em quatro bacias hidrográficas açorianas, a política é eficiente para o controlo da eutrofização: na Lagoa das Sete Cidades (azul) e na Lagoa do Capitão, mas ineficiente na Lagoa Funda e Sete Cidades (verde). Relativamente ao emprego, esta política (quota leiteira) tem um efeito negativo. Quanto à restrição de animais, a política é eficiente para o controlo da eutrofização em 12 das bacias hidrográficas estudadas (num total de dezasseis), sendo ineficiente nas restantes quatro. Quanto ao emprego essa política tem um efeito negativo na generalidade das bacias, sendo mesmo muito negativo em algumas delas. Quanto ao ordenamento, este é eficiente para o controlo da eutrofização em todas as lagoas estudadas, mas o seu efeito no emprego é negativo na maior parte delas. Assim as políticas a ter em conta na eutrofização das lagoas açorianas terão que equacionar não só a obtenção da qualidade da água, mas a também a criação de alternativas às populações que dependem da exploração das áreas das bacias hidrográficas.

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domingo, outubro 07, 2007

Antenas de telemóveis

A Vodafone considera "ilegal" a proposta dos investigadores Emiliana Silva e Félix Rodrigues, do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, que visa a criação de regulamentos municipais para a instalação de antenas de telecomunicações em Angra do Heroísmo e Praia da Vitória.
A Vodafone Portuguesa refere em comunicado que "a referida proposta de regulamento ao estabelecer novas regras de relativamente ao procedimento de autorização municipal, definido no Decreto-Lei n0 11/2003, contraria o espírito e propósito daquele diploma e mostra-se desconforme com o princípio da legalidade da Administração Pública, o qual, no que respeita aos regulamentos, impede que estes contrariem ou inovem a lei em vigor, sendo nesta medida ilegal".
Em relação à instalação de antenas de telecomunicações com um afastamento mínimo de 200 metros em relação a zonas residênciais, como é pretendido na proposta, a operadora sustenta que "tal imposição, para além de não ter qualquer fundamento científico e em nada contribuir para a defesa da saúde pública, apenas pode ter como consequência pôr em causa a prestação do serviço de comunicações móveis nos centros urbanos".

"Com efeito, dada a maior intensidade de clientes e comunicações nessas áreas, a cobertura de rede faz-se com a instalação de antenas mais próximas, mas com uma capacidade muito inferiorà das situadas em vastos espaços abertos - e, portanto e ao contrário do que está subjacente nessa proposta, com níveis de emissão ainda muito mais baixos do que os recomendados pelas competentes instâncias internacionais e nacionais", garante a Vodafone.
A este respeito a operadora cita ainda um relatório publicado recentemente pela Direcção Geral de Saúde, datado de 22/06/2007, segundo o qual "face aos conhecimentos científicos actuais e aos resultados de inúmeros estudos epidemiológicos desenvolvidos até ao momento, não existe perigo para a saúde das populações (incluindo subgrupos com maior vulnerabilidade, como idosos, crianças e grávidas) que habitam nas proximidades das estações base, onde os níveis de exposição atingem somente uma pequena fracção dos valores recomendados.

Félix Rodrigues, em declarações à RTP-Açores afirma que é o próprio Decreto-Lei nº11/2003 que afirma a necessidade do estabelecimento de um regulamento para a instalação de antenas em cada mu´nicípio português, nesse aspecto, o estabelecimento de um regulamento municipal nesse domínio, é um imperativo legal e não uma legalidade.
Quanto à leitura que faz do relatório da Direcção Geral de Saúde, afirma que aí se apresentam provas de como os campos electromagnéticos poem afectar a saúde pública. Negá-los levará, quando se estabelecer relações inequívocas entre um efeito e outro, a que algumas empresas possam ser consideradas autoras morais e materiais dos danos observados.

(In Diário Insular e RTP-Açores)

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sábado, outubro 06, 2007

Eficiência das Explorações Pecuárias Açorianas

Foram apresentadas no 5º Congresso da Associação Portuguesa de Economia Agrária, em Vila Real , duas comunicações de docentes e investigadores do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores.
A "Eficiência nos Sistemas de Produção Pecuária Nos Açores" foi analisada pela professora Emiliana Silva e Engº Carlos Almeida Santos, e um pouco na mesma linha, a Mestre Anabela Gomes e o Engº Miguel Leal analisaram "Os custos, rendimento e influência dos factores de produção nas explorações leiteiras da ilha do Faial".

O trabalho de "Análise da Eficiência nos Sistemas de Produção Pecuária nos Açores'' teve como objectivo estimar a eficiência técnica de um conjunto de explorações pecuárias por sistemas de produção (leite, carne e misto) dos Açores, no período de 2002. Para tal, utilizaram-se os dados técnicos e económicos de 184 explorações agrícolas da amostra RICA-A (Rede de Investigação de Contabilidade Agrícola dos Açores), tendo o segundo recorrido aos dados recolhidos também pela RICA(A), mas apenas na ilha do Faial, entre 1998 e 2002, para 30 explorações de vocação maioritariamente leiteira. Calcularam-se os custos de produção de cada litro de leite, o peso de diversos factores de produção e os rendimentos médios obtidos por vaca, por hectare e por exploração provenientes do leite mas também da carne (vitelos e vacas de reforma). As explorações estudadas no Faial tinham em média 28,5 hectares, 19,6 vacas leiteiras e um encabeçamento de 1,42. Eram todas explorações familiares e por essa razão só se contabilizou o custo da mão-de-obra contratada.
Emiliana Silva e Carlos Almeida Santos concluem que o número de explorações eficientes no sistema de produção leite nos Açores é de 9,8%, no sistema de produção de carne, 11,1%, e no sistema de produção misto é de 46,7%. A eficiência, de modo geral, é superior nos sistemas de produção mista comparativamente com os sistemas de produção leiteira e de carne.
Anabela Gomes e Miguel Leal concluem que a maquinaria é o parâmetro que mais contribui para as despesas das explorações faialenses (42,3%), sendo 44,6 % para amortizações, 22,8% para conservação e reparações e 20,9% para carburantes e lubrificantes. Os alimentos concentrados representavam 21,5% das despesas, os correctivos e fertilizantes 13,8% e as rendas 9,7%. Não houve correlação entre o rendimento líquido por hectare, com e sem subsídios, e a área da exploração, o número de vacas ou a produção de leite por vaca, pelo que se pode concluir que um maneio adequado é o parâmetro mais importante no rendimento por hectare e do agricultor.
(In Azores Digital)

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sexta-feira, outubro 05, 2007

Recursos biológicos marinhos

O Professor Tomás Dentinho, do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, ao intervir na sessão de encerramento do Fórum Regional das Pescas, referiu que a única forma de assegurar uma boa gestão dos recursos biológicos do mar seria através de uma gestão de proximidade, assente no uso de artes selectivas e que a transferência da competência exclusiva de gestão para Bruxelas retirava qualquer possibilidade de uma gestão sustentada dos recursos por parte dos Açores como, aliás, de Portugal. Concluiu a sua intervenção afirmando que a manter-se no tratado da UE, presentemente na fase final de elaboração, seria preferível Portugal e aos Açores saírem da União Europeia. Referiu que a Noruega e a Islândia não aderiram à UE como forma de salvaguardar a gestão dos seus recursos.Veríssimo Borges, da Quercus, defendeu que a perca ou recuperação do controle açoriano das 200 milhas dos seus mares depende do mérito ecológico e sustentabilidade das suas pescas. O ecologista afirmou: "Só as nossas óptimas práticas sustentarão o nosso direito de defender os nossos mares de pescas de predadores de países terceiros. Só regras muito restritivas de artes de pescas limitarão o interesse de frotas longínquas". Na opinião de Veríssimo Borges, amplas reservas, nomeadamente das 100 às 200 milhas, limitarão o interesse global de frotas europeias de longo alcance continuarem a pressionar os nossos mares. "Se estivermos defendidos nas 200 milhas, estaremos melhor protegidos nas 100 milhas" – alertou. Por seu lado, Virgílio Oliveira, presidente em exercício da Federação da Agrícola dos Açores, referiu que os trabalhadores das pescas e da agricultura enfrentam os mesmos problemas, verificando-se o abandono do sector piscatório e dos campos. Comparando a agricultura e as pescas, o conferencista sublinhou ser comum aos dois sectores a competição cada vez mais feroz, os problemas ambientais, a insularidade e a qualidade higio-sanitária. Como soluções apontou o associativismo, a cooperação, inovação, o desenvolvimento e a valorização da produção.
(In Diário dos Açores)

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AZONET-Alterações climáticas vigiadas nos Açores

Os Açores desfrutam de uma localização estratégica para o estudo das alterações climáticas globais.
Esta e outras questões foram abordadas pelo Professor Paulo Fialho, docente do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, numa palestra proferida no âmbito das Jornadas sobre Mudança Global, organizadas pelo Comité da Comunidade Nacional pra a Mudança Global.
Intitulada "Azonet - AZores Observation NETwork. Porquê apostar num supersite em Portugal?", a conferência versou sobre a importância do arquipélago no contexto mundial para a instalação de estações de monitorização atmosférica, em particular o grande potencial que representa o topo da montanha do Pico para o estudo dos mecanismos de reacção química e transporte sobre a região do Atlântico Norte Central.
Foi também aproveitada a oportunidade para apresentar os resultados do investimento levado a cabo pela Região no desemvolvimento embrionário do grupo de estações Azonet, assim como lançado o desafio à comunidade portuguesa para se associar a este processo.
A Azonet dispõe, actualmente, de três estações na ilha Terceira e uma na montanha do Pico, trabalhando em parceria com o Instituto de Meteorologia.

"O objectivo destas estações é a monitorização dos constituintes da atmosfera em áreas remotas, nomeadamente o transporte de poluição intercontinental, por exemplo entre o continente americano e o europeu", explicou Paulo Fialho. "Ora, sobre o Atlântico Norte não há mais sítio nenhum onde se possam situar, para além dos Açores", acrescentou.
No entender do responsável, "estão a ser tomadas medidas que permitem tirar partido da localização estratégica dos Açores para o estudo das mudanças globais".
"A análise das alterações climáticas globais exige modelos mais realistas e estudos de variação ao longo do tempo que se encontram ainda numa fase relativamente precoce nos Açores, mas que dão já alguns sinais a curto prazo e terão um grande impacto a longo prazo", sublinhou Paulo Fialho.

O grupo de estações Azonet monitoriza a presença na atmosfera de dióxido de carbono, ozono, monóxido de carbono e hidrocarbonetos, entre outros, assim como a radiação solar e a meteorologia clássica.
(In Diário Insular)

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quinta-feira, outubro 04, 2007

Pós-Graduação em tratamento de feridas

A cerimónia de abertura do 2º Curso de pós graduação em tratamento de feridas e viabilidade tecidular decorre na próxima segunda-feira, dia 08, na Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo (ESEnFAH) do Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores. A cerimónia de abertura do curso realiza-se entre as 10H00 e as 11H30, no auditório da ESEnFAH, onde será proferida uma conferência subordinada ao tema “Investigação e formação em tratamento de feridas: uma panorâmica europeia”, por Dulce Cabete, da Escola de Saúde de Setúbal. A realização do curso de pós graduação surge na sequência do Estudo de Prevalência de Úlceras por Pressão, realizado no âmbito do projecto ICE da iniciativa comunitária Interreg III B, de contactos desenvolvidos com peritos nesta área de intervenção e após a assinatura de um protocolo de colaboração entre a Universidade dos Açores e o Instituto Politécnico de Setúbal, permitindo a deslocalização de uma turma de formados de diferentes ilhas e instituições açorianas para a ESEnFAH. Na Escola se Saúde de Setúbal existe um grupo de formandos idêntico, que realizará a mesma proposta curricular em períodos simultâneos ou desfasados, recorrendo à metodologia do blended learning.
(In Diário Insular)

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